92 - Que é a Santa Missa? “A Missa torna presente o sacrifício da cruz” (S. João Paulo II)

92 - Que é a Santa Missa? “A Missa torna presente o sacrifício da cruz” (S. João Paulo II)

 

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Como Jesus obteve a Salvação para a humanidade? Sofrendo na Cruz, derramando ali o Seu Sangue e morrendo. A partir de então, a dívida impagável de nossos pecados foi paga com o Sangue do Santo inocente. Em cada missa, esse mistério é misticamente renovado (atenção: não “relembrado”, mas sim RENOVADO).

No Antigo Testamento, o sacrifício de animais, para a reparação dos pecados, era apenas uma imagem que preparava o povo para compreender o verdadeiro e definitivo sacrifício redentor: a oferta de amor do Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo (saiba aqui porque Jesus é chamado de Cordeiro).

Cristo morre de novo? Cristo derrama Seu Sangue de novo a cada missa? Não, de modo algum! É aquele mesmo sacrifício do Calvário que volta a estar presente diante de nós mais uma vez, no altar. Isso é chamado de sacrifício incruento, ou seja, sem derramamento de sangue e sem sofrimento físico.

A duas únicas diferenças, portanto, entre o Sacrifício da Missa e o Sacrifício da Cruz são que, na missa, Jesus se sacrifica sem sofrimento físico e sem derramamento de sangue, e está escondido aos nossos olhos. Basta a nós ver o seu ministro, o sacerdote.

missa_sacerdoteTraduzindo essa realidade em termos bem banais, é como se, a cada missa, entrássemos em uma máquina do tempo, e assim pudéssemos estar diante do acontecimento da Paixão e Morte de Cristo. Especialmente no momento da consagração do Pão e do Vinho, estamos presenciando o sacrifício de Cristo no Calvário, aquele mesmo sacrifício ocorrido há 2 mil anos.

No momento da consagração, o sacerdote age na pessoa de Cristo (in persona Christi), oferecendo o sacrifício da missa ao Pai, pela remissão dos pecados do mundo inteiro. E assim o pão se torna realmente o Corpo de Cristo, e o vinho de torna Sangue de Cristo. Isso se chama transubstanciação.

Foi o próprio Jesus Cristo quem instituiu o Santo Sacrifício da Missa, quando instituiu o Sacramento da Eucaristia, na Santa Ceia. Mas reparem: não era uma ceia festiva, alegre, não; era um BANQUETE SACRIFICIAL. Jesus estava ali “adiantando” uma realidade dolorosa que aconteceria em poucas horas: a entrega de Seu Corpo e Sangue na cruz.

Diante das palavras claras e afirmativas de Cristo, só um coração duro pode afirmar que Cristo falava por metáforas – “Isto é o Meu Corpo” e “Isto é o Meu Sangue”.

“Jesus tomou o pão e, tendo-o abençoado, partiu-o e, distribuindo aos seus discípulos, disse: ‘Tomai e comei, isto é o meu corpo’. Depois, tomou um cálice e, dando graças, deu-lho dizendo: ‘bebei dele todos vós, pois isto é o meu sangue, o sangue da nova e eterna aliança, que é derramado por muitos para a remissão dos pecados.” (Mt 26, 26, 28)

As palavras de Jesus ditas um tempo antes, que escandalizaram e espantaram uma multidão que O seguia empolgada, não deixam qualquer margem de dúvida: não, Jesus não falava sobre “comer Sua carne” e “beber o Seu sangue” de forma figurada! Vejam:

“Eu sou o pão da vida. Vossos pais no deserto comeram o maná e morreram. Este é o pão que desceu do céu para que não pereça aquele que dele comer. Eu sou o pão vivo descido do céu. Quem deste pão comer viverá eternamente. O pão que eu darei é a minha carne para a vida do mundo.”

Os judeus discutiam entre si dizendo: ‘Como este homem pode nos dar a sua carne para comer?'”

“Então, Jesus lhes respondeu: ‘Em verdade, em verdade, vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós. Quem come a minha carne, e bebe o meu sangue tem a vida. Pois a minha carne é verdadeiramente uma comida e o meu sangue é verdadeiramente uma bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim, e eu nele.” (Jo 6, 48-58)

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A Ressurreição de Cristo também está presente na missa? Sim, mas de modo diferente da Paixão e Morte. Enquanto o Calvário de Cristo é realmente tornado presente, de forma sacramental, a Ressurreição se faz presente como recordação.

É Cristo Ressuscitado quem age na pessoa do sacerdote. Por esse motivo, a renovação do evento da Ressurreição é desnecessária, pois Cristo está vivo e sempre presente. Já a Paixão e Morte de Cristo devem ser misticamente atualizadas, pois Cristo já não está mais na cruz.

Por isso, quem usa a frase “a Missa também é Ressurreição!” para justificar algazarras, sacolejos, danças e todo o tipo de presepada circense na Missa está completamente errado. A MISSA É CALVÁRIO. Não é à toa que Jesus disse:

“Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome cada dia a sua cruz, e me siga” (Lc 9, 23).

Mas tem gente confusa por aí que jura que, em vez disso, Jesus disse: “Se alguém quer me seguir, esqueça esse lance de cruz, eu não estou mais na cruz! Lembre-se da minha Ressurreição e vamos sair por aí pulando e festejando! Uhú!!!”. Não… acho que não foi isso!

Com base nisso, renovamos o apelo (clique no link): Na Missa, imite o Papa Francisco, e não o bonecão do posto!

Também relembramos as palavras do Cardeal Arinze: “Se você quer admirar uma dança, sabe aonde ir… Mas não na Missa!”

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Os ensinamentos aqui apresentados sobre a Santa Missa estão fundamentados no Catecismo Maior de São Pio X (Quarta parte, Capítulo IV) e na encíclica Ecclesia Eucharistia, de São João Paulo II.

Imagens retiradas da página The Catholic Clips.