Quem nunca se perguntou: OS EVANGELHOS SÃO AUTÊNTICOS? Veja e acabe com essa dúvida!

27/02/2014 12:04
Depois de mostrar, historicamente, que Jesus existiu mesmo, precisamos mostrar que Ele é Deus. Porque daí vem à importância fundamental da Igreja Católica, que Ele fundou.
 
  As provas da divindade de Jesus estão nos quatros Evangelhos escritos por Mateus, Marcos, Lucas e João. O primeiro e o último foram Apóstolos, testemunhas oculares de tudo o que escreveram; Lucas foi discípulo de São Paulo, e Marcos de São Paulo e depois, de São Pedro.
 
   Os Evangelhos são os documentos, de autenticidade cientificamente comprovada, onde se baseia a nossa fé católica. Mas pode ser que alguém levante esta antiga dúvida: será que os Evangelhos são autênticos? Será que não foram forjados para inventar um Jesus milagroso, divino, etc.?
 
   Quem provou para o mundo a autenticidade dos Evangelhos foram, mais do que tudo, os inimigos da Igreja Católica, os racionalistas dos séculos XVII e XVIII. Os seus adeptos, Renan, Harnack, Rousseau, Voltaire, etc.; empreenderam, com grande ardor, o estudo crítico dos quatros Evangelhos, com a sede de destruí-los, e mostrar ao mundo que eles eram falsos.
 
   Muitos desses racionalistas foram mentores da Revolução Francesa, os quais tiveram, nesta época, a ousadia sacrílega de entronizar a imagem da “deusa da razão”, na sagrada Catedral de Notre Dame, de Paris.
 
   A sua vontade era de mostrar para o mundo que os Evangelhos eram uma farsa, uma invenção da Igreja Católica, e que teriam sido forjados para apresentar Jesus como Deus e, assim, justificar a existência da Igreja Católica como guia espiritual dos homens. Enfim, o alvo era a Igreja Católica, a quem queriam destruir.
 
   Colocaram, então, mãos à obra, examinando detalhadamente os Evangelhos.
 
   A que conclusão chegaram esses racionalistas, que só acreditavam na matéria e na ciência, e que empreenderam, com o mais profundo rigor da Ciência, cujo deus era a Razão, a análise sobre a autenticidade histórica dos Evangelhos?
 
   Empregando os conhecimentos da ciência, os “métodos das citações”, “das traduções”, “o método polêmico”, e outros, vasculharam todas as páginas e palavras dos Evangelhos (...). No entanto, a própria ciência racionalista mostrou ao mundo a autenticidade dos Evangelhos. Depois de 50 anos de trabalho chegaram à conclusão exatamente oposta a seus desejos e, por coerência científica, tiveram que afirmar como Renan, racionalista da França: “Em suma, admito como autênticos os quatros Evangelhos canônicos”. ( Vie de Jesus).
 
   Harnack, racionalista alemão, foi obrigado a afirmar: “O caráter absolutamente único dos Evangelhos é, hoje em dia, universalmente reconhecido pela crítica”. (Jesus Cristo é Deus? José Antonio de Laburu, ed. Loyola, pág. 55).
 
   Streeter, grande crítico inglês teve de afirmar que: “Os Evangelhos são, pela análise crítica, os que detém a mais privilegiada posição que existe.” (idem).
 
   Os mais exigentes críticos racionalistas do século XIX, Hort e Westcott, foram obrigados a afirmar: “As sete oitavas partes do conteúdo verbal do Novo Testamento não admitem dúvida alguma. A última parte consiste, preliminarmente, em modificações na ordem das palavras ou em variantes sem significação. De fato, as variantes que atingem a substância do texto são tão poucas, que podem ser avaliadas em menos da milésima parte do texto.” (idem pág. 56).
 
   Finalmente os racionalistas tiveram que reconhecer a veracidade histórica, científica, dos Evangelhos: “Trabalhamos 50 anos febrilmente para extrair pedras da cantaria que sirvam de pedestal à Igreja Católica?” (ibidem).
 
   Os inimigos da fé católica quiseram destruir os Evangelhos, e acabaram reconhecendo-os como os livros mais autênticos, segundo a própria crítica racionalista.
 
   Como se diz, o tiro saiu pela culatra, e os inimigos da Igreja prestaram um grande favor: mostraram para o mundo que os Evangelhos são verídicos.
 
   Onde estão os originais dos Evangelhos? Sabemos que os originais (autógrafos) dos Evangelhos, tais como saíram das mãos de Mateus, Marcos, Lucas e João, se perderam, dada a fragilidade do material usado (pele de ovelha ou pairo), mas isto não impede que a História prove a sua existência. Ficaram-nos as cópias (manuscritos) antigas desses originais, que são os papiros, os códices unciais(escritos em caracteres maiúsculos sobre pergaminho), os códices minúsculos(escritos mais tarde em caracteres minúsculos) e os lecionários (textos para uso litúrgico).
 
   Conhecem-se cerca de 5236 manuscritos (cópias) do texto original grego do Novo testamento, comprovados como autênticos pelos especialistas. Estão assim distribuídos: 81 papiros; 266 códices maiúsculos; 2754 códices minúsculos e 2135 lecionários.
 
NÚMERO  CONTEÚDO          LOCAL                         DATA (Século
P1              Evangelhos        Filadélfia (USA)                   III
P2              Evangelhos        Florença (Itália)                   VI
P3              Evangelhos        Viena (Áustria)                  VI/VII
P4              Evangelhos        Paris                                    III
P5              Evangelhos        Londres                              III
P6              Evangelhos        Estrasburgo                        IV
a)Os papiros são os mais antigos testamentos do texto do Novo Testamento. Estão assim distribuídos pelo mundo:
Em resumo, existem 76 papiros do texto original do Novo testamento. Acham-se ainda em Leningrado (p11, p68), no Cairo (p15, p16), em Oxford (p19), em Cambridge (p27), em Heidlberg (p40), em Nova York (p59, p60, p61), em Gênova ((p72, p74, p75)...
   Desses papiros alguns são do ano 200, o que é muito importante, já que o Evangelho de São João foi escrito por volta do ano 100. São, por exemplo, do ano 200, aproximadamente, o papiro 67, guardado em Barcelona.
 
Códice                 Conteúdo        Local          Data (Séc.)
Aeph 01                  N.T.            Londres          IV
(Sinaítico)         
A 02                        N.T.           Londres           V
(Alexandrino)
B 03                         N.T.            Roma             IV
(Vaticano)              (menos Ap.)
C 04                         N.T.            Paris               V
(Efrém rescrito)
D 05                 Evangelhos        Cambridge       VI
(Beza)                   Atos
D 06                       Paulo            Paris              VI
(Claromantono)
 
       b)Os Códices unciais são verdadeiros livros de grande formato, escritos em caracteres maiúsculos (uniciais). Unicial vem de “uncia”, polegada em latim. Eis a relação de alguns deles: Em resumo, há mais de duzentos códices unciais, espalhados por Moscou (K 018; V 031; 036); Utrecht (F 09); Leningrado (p 025); Washington (W 032); Monte Athos (H 015; 044); São Galo (037)...
   Desses dados é fácil entender que a pesquisa e o estudo dos manuscritos do Novo testamento não dependem de concessão do Vaticano, pela simples razão que a sua maioria não está em posse da Igreja. Só há um código datado do século IV, no Vaticano. As pesquisas sempre foram realizadas independentemente da autorização da Igreja Católica, o que dissipa qualquer dúvida.
 
   Os manuscritos bíblicos são manuscritos da humanidade; muitos foram levados do Oriente, por estudiosos e outros interessados, para as bibliotecas dos países ocidentais, onde se acham guardados até hoje.
 
   Como vimos, existem hoje mais de cinco mil cópias manuscritas do Novo testamento datada dos dez primeiros séculos. Algumas são papiros dos séculos II-III. O mais antigo de todos é o papiro de Rylands, conservado em Manchester (Inglaterra) sob a sigla P. Ryl. Gk. 457; do ano 120 aproximadamente, e contém os versículos de João 18, 31-33.37.38.
 
   Ora, se observarmos, que o Evangelho de São João foi escrito por volta do ano 100, verificamos que temos um manuscrito que é, então, cópia do próprio original.
 
   As pequenas variações encontradas nessas cinco mil cópias são meramente gramaticais ou sintáticas e que não alteram o seu conteúdo. Os estudiosos, analisando este grande número de manuscritos antigo, concluem que é possível reconstruir a face autêntica original do Novo testamento, que é o que hoje usamos.
 
   Uma comparação muito interessante é confrontarmos esse tipo de testemunhas do texto original do Novo testamento, com as obras dos clássicos latinos e gregos usado pela humanidade. Verificamos que é muito privilegiada a documentação hoje existente para se construir a face autêntica do Novo testamento. As primeiras cópias das obras desses escritores, consideradas hoje autênticas, foram mais tardias que as primeiras cópias dos Evangelhos, e, mesmo assim são plenamente reconhecidas. Eis alguns dados conhecidos:
 
 
ESCRITOR                  ÉPOCA DO ESCRITOR          TEMPO DECORRIDO ENTRE O ESCRITOR E
                                A 1ª CÓPIA DE SUA OBRA
Virgílio                             19 a. C.                                                          350 anos
Tito Lívio                           17 d. C.                                                         500 anos
Horácio                             8 a. C.                                                           900 anos
Júlio César                       44 a. C.                                                         900 anos
Cornélio Nepos                32 a. C.                                                         1200 anos
Platão                               347 a. C.                                                      1300 anos
Tucídides                          395 a. C.                                                      1300 anos
Eurípedes                          407 a. C.                                                      1600 anos
 
    Vemos, então, que a transmissão desses clássicos antigos, gregos e latinos, tão usados pela humanidade, com total credibilidade, tiveram uma transmissão mais precária do que o Novo testamento, com os seus mais de 5000 manuscritos, muito mais próximos de seus originais. Se a humanidade não põe em dúvida a autenticidade desses textos latinos e gregos, então, jamais poderá questionar a autenticidade do Novo testamento.
    As fontes dos primeiros séculos confirmam a autenticidade do Novo testamento. Vejamos apenas uns poucos exemplos. Atente bem para as datas.
 
    EVANGELHO DE MATEUS – No ano 130, Bispo Pápias, de Hierápolis na Frígia, região da Ásia Menor, que foi uma das primeiras a ser evangelizada pelos Apóstolos, fala do Evangelho São Mateus dizendo:
    “Mateus, por sua parte, pôs em ordem os dizeres na língua hebraica, e cada um depois os traduziu como pôde.”
(Eusébio, história da Igreja III, 39,16).
 
   Quem escreveu essas palavras foi o bispo Eusébio, de Cesareia na Palestina, quando por volta do ano 300 escreveu a primeira história da Igreja. Ele dá o testemunho histórico de Pápias. Note que Pápias nasceu no primeiro século, isto é, no tempo dos próprios Apóstolos; São João ainda era vivo. Portanto este testemunho é inequívoco.
 
   Outro testemunho importante sobre o Evangelho de Mateus é dado por Santo Irineu (200), do segundo século. Ele foi discípulo do grande bispo São Policarpo de Esmirna, que foi discípulo de São João Evangelista. Santo Irineu na sua obra contra os hereges gnósticos, também fala do Evangelho de Mateus, dizendo:
   Mateus compôs o Evangelho para os hebreus na sua língua, em quanto Pedro e Paulo em Roma pregavam o Evangelho e fundavam a Igreja.” (Adv. Haereses II,1,1).
 
  
    Evangelho de São Marcos- É também o Bispo de Hierápolis, Pápias (130) que dá o primeiro testemunho do Evangelho de Marcos, conforme escreve Eusébio:
   “Marcos, intérprete de Pedro, escreveu com exatidão, mas sem ordem, tudo aquilo que recordava das palavras e das ações do Senhor; não tinha ouvido nem seguido o Senhor, mas, mais tarde..., Pedro. Ora, como Pedro ensinava, adaptando-se às várias necessidades dos ouvintes, sem se preocupar em oferecer composição ordenada das sentenças do Senhor, Marcos não nos enganou escrevendo conforme recordava; tinha somente esta preocupação, nada negligenciar do que tinha ouvido, e nada dizer de falso.” (Eusébio, História da Igreja III, 39,15).
 
    Evangelho de São Lucas – O Prólogo do Evangelho de São Lucas, comumente no século II, dava testemunho deste Evangelho, ao dizer:
 
  “Lucas foi sírio de Antioquia, de profissão médica, discípulos dos Apóstolos, mais tarde seguiu Paulo até a confissão (martírio) deste, servindo irrepreensivelmente o Senhor. Nunca teve esposa nem filhos; com oitenta e quatro anos morreu na Bitínia, cheio do Espírito Santo. Já tendo sido escritos os evangelhos de Mateus, na Bitínia, e de Marcos, na Itália, impelido pelo Espírito Santo, redigiu este Evangelho nas regiões da Acaia, dando a saber logo no início que os outros Evangelhos já haviam sido escritos.”
 
 Evangelho de São Joãoé Santo Ireneu séc. (202) que dá o seu testemunho:
   “Enfim, João, o discípulo do Senhor, o mesmo que reclinou sobre o seu peito, publicou também o Evangelho quando de sua estadia em Éfeso.
 
   Ora, todos esses homens legaram a seguinte doutrina: (...)
   Quem não lhes dá assentimento despreza os que tiveram parte com o Senhor, despreza o próprio Senhor, despreza enfim o Pai; e assim se condena a si mesmo, pois resiste e se opõe à sua salvação – e é o que fazem todos os hereges.”  (contra as heresias).
 
   É por isso que a Igreja, meu amigo, com toda a sua seriedade, e fazendo uso da ciência, depois de examinar todas as coisas, com todo o rigor que lhe é peculiar, não tem dúvida de nos apresentar os Evangelhos como rigorosamente históricos.
 
   A constituição Apostólica Dei Verbum, do Concílio Vaticano II, diz: “A Santa Mãe Igreja, segundo a fé Apostólica, tem como sagrados e canônicos os livros completos tanto do Antigo como do Novo Testamento, com todas as suas partes, porque, escritos sob a inspiração do Espírito Santo, eles têm Deus como Autor e nesta sua qualidade foram confiados à Igreja.” (DV,11).
 
   O Catecismo da Igreja* afirma com segurança:
   “A Igreja defende firmemente que os quatro Evangelhos, cuja historicidade afirma sem hesitação, transmite fielmente aquilo que Jesus, Filho de Deus, ao viver entre os homens, realmente fez e ensinou para a eterna salvação deles, até ao dia que foi elevado.” (Séc126).
 
   Outros estudos mais recentes confirmaram a autenticidade dos Evangelhos, especialmente com as descobertas dos manuscritos de Qumran, na Palestina, próximo do Mar Morto, no ano 1949. Aí foram encontrados cópias da Bíblia, do século primeiro, inclusive pequenos fragmentos dos Evangelhos. Não há mais o que discutir!
 
Veja mais: 
  1. Bíblia desabafa: “Sou autêntica. Não admito falsidade.” 
  2. Novo Testamento: texto íntegro, sem caô!
 

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