O “cárcere de São Pedro” em Roma ainda intacto, está a impressão miraculosa da testa do Vigário de Cristo numa parede.

28/12/2015 11:39

Restauração arqueológica do “Cárcere de São Pedro” em Roma trouxe revelações além de toda expectativa sobre São Pedro e a antiguidade pagã.

Interior do “Carcere Mamertino”, ou “cárcere de São Pedro”.

Interior do “Carcere Mamertino”, ou “cárcere de São Pedro”.

 

O “Carcere Mamertino”, ou “cárcere de São Pedro”, foi a “prisão de Estado” do antigo Império Romano.
 
Lá ficaram presos antes de morrer reis e potentados da terra derrotados pelas legiões romanas, como Vercingetorix, chefe bárbaro da Gália (França); Jugurta, rei da Numídia; Pôncio rei dos Sannitas e muitos outros.
 
Porém, esse cárcere ficou mais famoso por ter aprisionado os Apóstolos São Pedro e São Paulo, nos tempos de Nero. São Pedro, notadamente, ali operou milagres históricos.
 
 
Entre esses está a impressão miraculosa da testa do Vigário de Cristo numa parede. O cárcere foi cavado numa camada de pedra vulcânica conhecida como ‘tufo’. 
 
Quando São Pedro descia pela estreita escada ainda hoje usada foi brutalmente empurrado pelos algozes e bateu no muro. A pedra amoleceu e parte de seu rosto ficou impresso, e ali pode ser visto e venerado.
 
Aquela escada era uma autêntica “descida aos infernos” pois do andar inferior habitualmente nunca mais se saía.
 
Os prisioneiros morriam de frio, fome e doença, ou eram jogados num fosso onde faleciam destroçados. 
 
Naquele antro escuro desapareciam, após serem exibidos como troféus, reis e chefes de Estado inimigos de Roma. 

“Dessa maneira, eram abandonados às potências dos infernos, tragados pela terra e cancelados da existência. Não existem outros exemplos comparáveis”, observa a Dra. Patrizia Fortini, arqueóloga da Superintendência para os bens arqueológicos de Roma, que dirige os trabalhos de restauração empreendidos a partir de 1985, segundo noticiou o jornal italiano La Repubblica. 

O ambiente é abafado. O teto muito baixo comunica uma sensação apavorante reforçada pelas grades de ferro negro que ainda perduram. 
 
Nesse porão sem janelas, úmido e fétido, São Pedro converteu os carcereiros Processo e Martiniano, posteriormente mártires, e 47 prisioneiros. 
 
Não tendo água para batizá-los fez brotar uma fonte do chão. Por fim, São Pedro foi liberto por um anjo.
 
As correntes que o prendiam hoje são veneradas como relíquias na igreja próxima de San Pietro ai Vincoli (São Pedro das correntes). 
 
Os arqueólogos retiraram diversos pisos modernos e renascentistas e deixaram aparente o chão do tempo que São Pedro passou pela prisão.
 
Os trabalhos revelaram afrescos dos séculos XII e XIV inteiramente desconhecidos. Também foi possível localizar a comunicação que unia a prisão ao prédio do Senado enfrente ao “cárcere de São Pedro”.
 
Porém, ainda há mistérios a serem esclarecidos.
 
Entre os mistérios que ficam a serem esclarecidos, um é a conexão entre o cárcere e a sinistra Scalae Gemoniae.
 
Isto é, a escadaria que saindo do Foro era percorrida pelos condenados a morte. O nome vem do verbo “gemer” = a escadaria dos gemidos. 
 
Naquela escadaria também eram expostos os cadáveres dos justiçados e que depois eram jogados no rio Tibre.
 
O sinistro cárcere está composto por dois andares de desenho vagamente circular, um sobre o outro. 
 
O superior, ou “Carcere Mamertino” propriamente dito, foi cavado pelo quarto rei de Roma Anco Marcio (640-616 a.C.).
 
O andar inferior, dito Tullianum, teria sido feito por Servio Tullio, sexto rei de Roma (578-534 a.C.). 
 
Ali se encontra a fonte de São Pedro.
 
Os trabalhos arqueológicos confirmaram se tratar de um verdadeiro manancial que não está ligado a conduto nenhum.
 

Segundo a Dra. Patrizia Fortini que dirige os trabalhos de restauração empreendidos a partir de 1985, segundo noticiou o jornal italiano La Repubblica, a “fonte está ativa até hoje e somente com bombas consegue-se impedir que alague todo o ambiente”, acrescentou.

Também no andar inferior foram exumados restos de sacrifícios pagãos dos séculos VI a III a. C., provavelmente oferecidos pelos insignes prisioneiros a seus falsos deuses que, aliás, não os tiraram da desgraça.
 
Esse andar inferior foi cárcere até que no ano 314 o papa São Silvestre I (270-335) o transformou em local de culto com o título de San Pietro in Carcere. 
 
Por sinal, San Silvestre foi o primeiro sucessor de São Pedro a cingir a tiara, símbolo também da realeza do Papa sobre a cidade de Roma e dos Estados Pontifícios.
 
Entre os afrescos agora desvendados figura o de Cristo apoiando sua mão esquerda sobre o ombro de São Pedro enquanto este com expressão sorridente levanta a mão direita para abençoar (foto). 
 
A imagem do Príncipe dos Apóstolos que sorri triunfante sobre a brutalidade pagã jamais tinha sido vista em outros locais.
 
A pintura também transparece o comprazimento de Cristo transmitindo seus poderes a Pedro e seus sucessores.
 
A barba de São Pedro é representada como espuma branca e suas vestimentas exibem cor ocre por uma degradação da cor azul original.
 
Também pode se perceber netamente uma coroa, parte de um afresco da coroação de Nossa Senhora.
 
Um grande manto vermelho e uma pequena mão fazem pensar na “Madonna della Misericordia”, testemunho da devoção a Nossa Senhora nos tempos medievais.
 
Em outras cenas, malgrado o estrago irreparável do tempo, podem se distinguir torres e muralhas da Roma medieval, inclusive da praça do Campidoglio, provavelmente feitas entre os anos 1100 e 1300. 
 
O fragmento mais antigo é do século VIII-IX, está no “Tullianum”, e representa a mão de Deus Pai sobre um retângulo branco. 
 
A mão de Deus que conduziu São Pedro e seus sucessores à vitória sobre a Roma pagã é a mesma mão que guia a marcha invicta da Igreja contra todos seus adversários até a consumação dos séculos.
 
 

Video: O cárcere de São Pedro em Roma

 

 

 

 

Fonte:  a ciência confirma a Igreja 

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