Cristãos devem guardar o Domingo? Veja!

21/07/2015 11:35

 

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A vida de grande parte das pessoas, em geral, é uma correria. Estamos sempre ocupados demais com estudos, trabalho e tantas outras tarefas e compromissos. E assim, muitos se justificam: “Rezo pouco e não vou à igreja porque não tenho tempo”. Ora, para isso Deus consagrou um dia da semana para o descanso para o culto divino.

“Lembra-te de santificar o dia de sábado” (Ex 20,8), é o que lemos entre os mandamentos recebidos por Moisés. Havia dois motivos para isso:

  1. No sábado, Deus terminou o Seu trabalho da criação e “descansou” (Ex 20,11);
  2. No sábado, o povo deveria se lembrar que Deus os libertou da escravidão no Egito (Dt 5,15).

Ué, então porque a grande maioria dos cristãos – sejam católicos ou protestantes – guardam o domingo, não o sábado? Pelo simples motivo de que a Igreja primitiva recebeu dos santos Apóstolos o mandamento de guardar o Domingo, não o sábado. E esta Sagrada Tradição se manteve até os dias de hoje.

A substituição do sábado pelo domingo como o dia de guarda tem ampla fundamentação na Bíblia e também nos escritos dos Padres da igreja primitiva.

São Paulo, como muita gente sabe, vivia dando esporro nos cristãos (ex-judeus) que insistiam em cumprir as leis religiosas judaicas. Esse pessoal não se mancava que o Antigo Testamento havia ficado para trás, e insistia em acusar de pecado quem não se circuncidava, quem comia carne de porco etc. A estes, foi dito:

“Se Deus fala de uma aliança nova é que ele declara antiquada a precedente. Ora, o que é antiquado e envelhecido está certamente fadado a desaparecer.”(Hebreus 8,13)

Bem diferente das normas religiosas da lei mosaica, os Dez Mandamentos permaneceram como lei eterna, e foram confirmados e aperfeiçoados na Nova Aliança. Sendo levados por Cristo à plenitude, ganharam um significado novo e mais profundo.

O Antigo Testamento tinha uma função provisória, e suas revelações preparavam o povo para a Revelação do Novo Testamento.Assim, a libertação dos judeus da escravidão foi uma graça imensa, porém, muito inferior à grande e definitiva libertação que Deus viria trazer ao Seu Povo: a libertação do pecado, por meio da Ressurreição de Cristo.

Qual foi o dia em que Deus terminou a obra da criação? Sábado. Mas o pecado entrou no mundo, e esculhambou a criação toda. Entraram no mundo o pecado e a morte. Era preciso iniciar uma nova história, resgatar a criação. Deus saiu de seu “descanso” sabático e veio nos libertar do mal.

Qual foi o dia em que Jesus ressuscitou? Domingo. Qual passou a ser o dia da libertação, a partir da Nova Aliança? Domingo. Portanto, considerando não a letra, mas o SENTIDO espiritual dos Dez Mandamentos – ou seja, adorar a Deus Criador e fazer memória do dia da libertação -, qual o dia mais apropriado para ser consagrado ao culto divino?

Pra não restar dúvidas, vamos desenhar:

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Apesar de todas essas evidências, sempre aparecem umas maletas que insistem em criticar quem guarda o domingo; agarram-se como bons fariseus à letra, ignorando o SENTIDO da lei divina. Sobre esse tipo de gente, São Paulo manda a real:

“Que ninguém vos critique por questões de comida ou bebida, pelas festas, luas novas ou sábados. Tudo isso nada mais é que uma sombra do que haveria de vir, pois a realidade é Cristo” (Cl 2,16-17)

Como está dito nos Atos dos Apóstolos, os cristãos passaram a se reunir no primeiro dia da semana (domingo), e não mais o sétimo (sábado):

“No primeiro dia da semana, estando nós reunidos para a fração do pão…” (Atos 20,7)

Essa Tradição continuou a ser cumprida fielmente pelos cristãos primitivos. Eis a prova em seus escritos:

“Aqueles que viviam segundo a ordem antiga das coisas voltaram-se para a nova esperança, não mais observando o Sábado, mas sim o dia do Senhor, no qual a nossa vida foi abençoada, por Ele e por sua morte.(…) É absurdo falar de Jesus Cristo e, ao mesmo tempo judaizar. Não foi o cristianismo que acreditou no judaísmo, e sim o judaísmo no cristianismo, pois nele se reuniu toda língua que acredita em Deus.”

– Santo Inácio de Antioquia (101 d.C.), Carta aos Magnésios. 9,1

Reunimo-nos todos no dia do sol, porque é o primeiro dia após o Sábado dos judeus, mas também o primeiro dia em que Deus, extraindo a matéria das trevas, criou o mundo e, neste mesmo dia, Jesus Cristo, nosso Salvador, ressuscitou dentre os mortos”.

– São Justino (†165), Apologia 1,67

No domingo pela manhã, o bispo distribuirá a comunhão, se puder, a todo o povo com as próprias mãos, cabendo aos diáconos o partir do pão…”

– Hipólito de Roma 220 d.C, Tradição Apostólica, part III

“Não ceda de forma alguma ao partido dos Samaritanos, ou aos Judaizantes: por Jesus Cristo de agora em diante foste resgatado. Mantenha-se afastado de toda observância de Sábados, sobre o que comer ou como se purificar. Mas abonime especialmente todas as assembléias dos perversos heréticos”

– São Cirilo de Jerusalém (†386. Carta 4, 37)

Apenas algumas poucas seitas ditas evangélicas resolveram dizer que os cristãos que guardam o domingo, em vez do sábado, vão pro inferno. A principal delas é a dos Adventistas do Sétimo Dia – aqueles que vivem dizendo que a Igreja Católica é a “Besta do Apocalipse”.

E eu que pensava que besta era quem afirmava coisas imbecis, tais como dizer que brancos não deveriam casar com negros… Era isso que pregava a pastora Ellen White, a quem os adventistas seguem como a uma verdadeira profetiza. Tal como os cristãos judaizantes, tão combatidos por São Paulo, ela também era contra o consumo de carne de porco. Ô bença! Eita mulé ungida! #SQN…

Quem quiser saber mais, acesse o site Veritatis Splendor.

 

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