"Um só Pastor, uma só fé, um só batismo" (Efésios 4,5).

 "Um só Pastor, uma só fé, um só batismo" (Efésios 4,5).
Sabemos pela Bíblia, pela História e pela Tradição que o Primado da Igreja, foi dado a Pedro, não como privilégio pessoal, mas para o bem e para a unidade da Igreja.
Jesus Cristo fundou uma Igreja visível (Mateus 16,18), que deveria durar até o fim do mundo, necessariamente tinha que nomear um chefe, com sucessão, para perpetuar a mesma autoridade: "Quem vos ouve, a mim ouve; quem vos despreza, a mim despreza, e quem me despreza, despreza aquele que me enviou" (Lucas 10,16). Se assim não fosse, Cristo não poderia dizer: "Eis que estou convosco todos os dias até o fim do mundo"; deveria ter dito que estaria apenas com Pedro até o fim de sua vida. Dessa forma, cumpre-se o que manda a Bíblia: "Um só Pastor, uma só fé, um só batismo" (Efésios 4,5).
E Jesus diz ainda: “Ide, pois, e ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”.
Ensinai-as a observar tudo o que vos prescrevi. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo. (Mateus 28,19-20).
Cristo não poderia transmitir esse poder somente aos Apóstolos, pois eles deviam morrer um dia, e se ele promete estar com os Apóstolos até o fim do mundo, é claro que ele não está se dirigindo aos Apóstolos como pessoas físicas, mas como um corpo moral e visível, que deve perpetuar-se nos seus sucessores, e hão de durar até o fim dos tempos.
Essa sucessão dos Apóstolos é também confirmada na própria Bíblia, confira: "Olhai, pois, por vós e por todo o rebanho, sobre que o Espírito Santo vos constituiu Bispos, para apascentardes a Igreja de Deus a qual santificou pelo seu próprio sangue" (Atos 20,28). "Em cada igreja instituíram anciãos e, após orações com jejuns, encomendaram-nos ao Senhor, em quem tinham confiado" (At 14,23). "Nas cidades pelas quais passavam, ensinavam que observassem as decisões que haviam sido tomadas pelos apóstolos e anciãos em Jerusalém. Assim as comunidades eram confirmadas na fé, e cresciam em número dia a dia" (At 16, 4-5).
Além da Bíblia, a História nos relata uma sucessão ininterrupta de sucessores até nossos dias. Destacamos uma obra de grande valor, "Contra as Heresias" de Irineu de Lião, escrita por volta de 180 d.C que testemunha a lista dos Papas até aquela época, e a obra "Líber Pontificalis" escrito no século VI onde são mencionados os nomes: Pedro, Lino, Anacleto, Clemente I, Evaristo, Alexandre I, Sisto I, Telésforo, etc. Não podemos esquecer que certos nomes mencionados nesses documentos estão também narrados no Novo Testamento. É o caso de Lino citado em (2 Timóteo 4,21), o primeiro sucessor de Pedro.
Outro nome mencionado no Novo Testamento é o de São Clemente, terceiro sucessor, que conheceu Pedro pessoalmente em Roma, pontificando entre os anos 92 e 101. São Clemente é citado por São Paulo em (Filipenses. 4,3). Durante o seu governo, surgiu, na distante comunidade de Corinto, uma dissensão interna, que culminou na deposição irregular dos presbíteros consagrados. Informado dos fatos, Clemente resolveu intervir, onde exortava com autoridade os fiéis daquela comunidade a se manterem unidos na fé e na caridade. Sobre essa carta, Eusébio nos informa que "foi lida para benefício comum na maioria das igrejas (comunidades), tanto em tempos antigos como em nossos dias".
Nas primeiras comunidades Cristãs, já no século I convém destacar Santo Inácio de Antioquia, que teve uma grande experiência e conviveu longos anos com os Apóstolos. Escreveu uma carta aos Romanos onde diz: "Tudo isso eu não vos ordeno como Pedro e Paulo; eles eram Apóstolos, e eu sou um condenado" (Rom, séc IV).
Pelo ano de 160, Hegesipo apresenta, como critério da Fé Ortodoxa, a conformidade com a "doutrina" dos Apóstolos "transmitida" por meio dos Bispos, e por esse motivo redige a lista dos Bispos.
No século II Santo Irineu de Lypn escreve na sua grande obra: Contra as heresias: "Mateus, achando-se entre os hebreus, escreveu o Evangelho na língua deles, enquanto Pedro e Paulo evangelizavam em Roma e fundavam a Igreja (de Cristo)" (L.3, C. 1, n. 1, v. 4).
S. Jerônimo ainda diz: "Simão Pedro foi a Roma e aí ocupou a cátedra sacerdotal durante 25 anos" (De Viris III. 1,1).
S. Agostinho: "S. Lino sucedeu a S. Pedro" (Epist. 53)
Suplício Severo, falando do tempo de Nero, diz: "Neste tempo, Pedro exercia em Roma a função de Bispo" (His. Sacr, n. 28)
Convém notar ainda que todos os catálogos dos Bispos de Roma, organizados segundo os documentos primitivos, pelos antigos escritores, colocavam invariavelmente o nome de Pedro à frente de todos. Portanto, a Bíblia e a História deixam bem claro que Jesus fundou Sua Igreja sobre Pedro e com a sucessão ininterrupta dos Bispos, até o fim dos tempos.
É bom salientar que nenhum estudioso, historiador ou pesquisador sério, honesto e imparcial teve a coragem e a ousadia de contestar tudo isso. O que Cristo transmitiu aos Apóstolos e o que se herdou destes numa sucessão ininterrupta da Igreja Católica tem foros de verdade revelada, portanto digna de fé.
 
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