Lutero, Calvino e Zwinglio: devotos da Virgem Maria!

Lutero, Calvino e Zwinglio: devotos da Virgem Maria!

Não estamos de zoeira, é sério! Os principais líderes da Reforma Protestante veneravam a Virgem Maria, professavam a fé em sua virgindade perpétua e chamavam-na de “Mãe de Deus”. A deturpação protestante da figura de Nossa Senhora e a negação da devida honra que devemos prestar a ela aconteceram bem depois.

É isso que constatou Marty, nosso personagem evangélico fictício. O que vem a seguir é um conto, mas o conteúdo das declarações dos “reformadores” é 100% real!

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Back to The Future – Tietando os Pais da Reforma

O jovem Marty está preparado para realizar a sua primeira viagem pelo tempo (na verdade, é a segunda viagem, mas ele não lembra de nada, vocês sabem…). Sua missão é encontrar os Pais da Reforma e, usando a tecnologia atual, registrar suas pregações ungidas em audio e vídeo. Esse material será precioso para inspirar as novas gerações de protestantes!

E lá vai ele… Direto pro olho do furação de onde explodiu a reforma! GO VARÃO! GO, GO, GO!

delorean

Marty chega em 1522 em Eisenach, período em que o perseguido Lutero estava exilado no Castelo de Wartburg. Que emocionante! O viajante do futuro avista o seu heroi, lá está ele, em pleno sermão! Ofegante, o jovem liga a câmera e começa a ouvir as palavras iluminadas do Pai da Reforma:

“A veneração de Maria está inscrita no mais profundo do coração humano.”

(Martinho Lutero, Sermão em 1º de setembro de 1522)

WHAT?! Veneração de Maria?! Isso só pode ser um dos últimos resquícios do catolicismo paganizado que ainda restaram no coração do ex-monge, pensava Marty. Ele resolveu avançar um pouco no tempo, afinal, com o passar dos anos, Lutero certamente amadureceria seus pensamentos. E, passados quinze anos, lá está o grande homem, despejando toda a sua imensa sabedoria sobre o povo:

“Maria é a mulher mais elevada e a pedra preciosa mais nobre no Cristianismo depois de Cristo… Ela é a nobreza, a sabedoria e a santidade personificadas. Nós não poderemos jamais honrá-la o bastante. Contudo, a honra e os louvores devem ser dados de tal forma que não ferem a Cristo nem às Escrituras.”

(Martinho Lutero, Sermão na Festa da Visitação, 1537)

Mais uma decepção para o jovem peregrino do tempo… Vejamos se na próxima experiência desta missão a situação melhora. Em 1539, Marty chega à cidade de Wittemberg, na Alemanha, e se dirige à casa onde vive Martinho Lutero. Chegando lá, encontra o homem com a pena na mão, concentrado em seus escritos. Depois de se apresentar, o viajante do futuro diz:

– Se não for excesso de curiosidade da minha parte, eu teria muito prazer em ler o que o senhor está escrevendo!

– Fique à vontade – responde Lutero, lhe estendendo o papel.

Com as mãos trêmulas devido à emoção, Marty lê em voz alta:

“Deus não recebeu sua divindade de Maria; todavia, não segue que seja consequentemente errado afirmar que Deus foi carregado por Maria, que Deus é filho de Maria, e que Maria é a Mãe de Deus. Ela é a Mãe verdadeira de Deus, a portadora de Deus. Maria amamentou o próprio Deus; ele foi embalado para dormir por ela, foi alimentado por ela, etc. Para o Deus e para o Homem, uma só pessoa, um só filho, um só Jesus, e não dois Cristos. Assim como o seu filho não são dois filhos… Mesmo que tenha duas naturezas.”

(Martinho Lutero, “Nos Conselhos e na Igreja”)

martyAtônito, Marty deixa o papel cair no chão, sai correndo feito um doido e entra no Delorean. “Isso só pode ter efeito dos calmantes que tomei antes da viagem”, considera. Resolve então seguir uns anos adiante, para conhecer Calvino. Nas ruas de Genebra, vê um cidadão vendendo uma publicação de Calvino. Marty compra na hora, afinal, será fantástico ter uma obra autografada pelo Pai do calvinismo!

Folheando aquelas páginas, Marty, de repente, toma um grande susto ao ler:

“Não podemos reconhecer as bênçãos que nos trouxe Jesus, sem reconhecer ao mesmo tempo quão imensamente Deus honrou e enriqueceu Maria, ao escolhê-la para Mãe de Deus.”

(João Calvino,” Comm. Sur l‟Harm. Evang.”,20)

Pesquisando na biblioteca de Genebra, Marty descobre que Zwinglio, principal líder da Reforma Protestante na Suíça, segue nesta mesma linha de fé:

“Estimo grandemente a Mãe de Deus, a virgem Maria perpetuamente casta e imaculada.”

(Corpus Reformatorum: Zwingli Opera 2,189).

Qual não foi o assombro de Marty ao saber que Zwinglio concordava que Nossa Senhora não teve outros filhos além de Jesus, e que Lutero e Calvino afirmavam o mesmo.

 “Cristo era o único filho de Maria. Das entranhas de Maria, nenhuma criança além dEle.”

(Martinho Lutero, “Sermões sobre João” 1-4, 1534-39)

“Firmemente creio, segundo as palavras do Evangelho, que Maria, como virgem pura, nos gerou o Filho de Deus e que, tanto no parto quanto após o parto, permaneceu virgem pura e íntegra.”

(Calvino, “Corpus Reformatorum”)

Aquilo já era demais! Marty, completamente desconcertado, interrompe a missão e segue de volta para o futuro. Chegando em nosso tempo, ele redige o relatório detalhado de sua experiência, para posterior encaminhamento ao cientista-pastor que chefia o projeto. Na conclusão do documento, pontua:

  • a negação aos dogmas marianos não está na base da Reforma Protestante;
  • Lutero, Calvino e Zwinglio veneravam Maria;
  • Lutero, Calvino e Zwinglio aceitavam que Maria é “Mãe de Deus”;
  • os três reformadores negavam veementemente que Maria tenha tido outros filhos além de Jesus.

Terminando de ler o relatório e de ver as imagem captadas no passado, o cientista-pastor fica alguns minutos em silêncio. Após alguma reflexão, coloca uns óculos escuros, pega um estranho cilindro e dispara um flash em direção a Marty…

 

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Eu de volta, povo católico! Espero que tenham se divertido com a historinha! Fico imaginando… Se a Virgem Maria batesse hoje à porta de um protestante, qual seria a reação dele ao abrir a porta? Diria como Santa Isabel: “Quem sou eu para que me venha visitar a Mãe do meu Senhor”? Ou, por medo de cometer o terrível pecado da “mariolatria”, a trataria como uma mulher comum?

Marty não teve nervos para se dedicar mais um pouco à sua missão, senão, teria descoberto que Lutero acreditava que Maria foi criada por Deus sem pecado original, e, detalhe: naquela época, a doutrina da Imaculada Conceição ainda nem era dogma da Igreja Católica! Seguindo a sua doutrina da “Sola Scriptura”, Lutero achava que essa crença não deveria ser obrigatória para todos os crentes, já que não constava de modo explícito na Bíblia. Mas afirmava com convicção:

“É cheia de graça, proclamada para ser inteiramente sem pecado, algo tremendamente grande. Para que fosse cheia pela graça de Deus com tudo de bom e para fazê-la vitoriosa sobre o diabo.”

(Martinho Lutero, Livro Pessoal de Oração, 1522)

Outro ponto espinhoso no diálogo entre católicos e protestantes é a intercessão dos santos que estão no Céu. Poucos protestantes sabem que Lutero, em 1522, declarou que podemos receber as graças de Deus por meio de Maria:

“Peçamos a Deus que nos faça compreender bem as palavras do Magnificat… Oxalá Cristo nos conceda esta graça por intercessão de sua Santa Mãe! Amém.”

(Martinho Lutero, “Comentário do Magnificat”)

Lutero, Calvino e Zwinglio pisaram feio na bola (na verdade, eles não só pisaram, como jogaram a bola no colo do capeta), mas de desprezo e difamação à Santa Mãe de Deus não podemos lhes acusar! Aliás, se pregassem em um templo protestante nos dias de hoje, é bem capaz que esses três reformadores fossem hostilizados – não pelos motivos certos, infelizmente.

Isso deixa explícita uma triste realidade: com o passar dos anos, o protestantismo tende a esvaziar cada vez mais o conteúdo original da fé cristã. É como uma pedra que vai rolando e se desgastando, até que, ao fim do processo de erosão, só sobra o pó.

Viva a Mãe de Deus e nossa! Sem pecado concebida!

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