10. O sacramento da Confirmação

10. O sacramento da Confirmação

A Confirmação faz com que os fiéis se tornem verdadeiramente testemunhas de Cristo e assim, passem a difundir e a defender a fé por palavras e por obras.

 

Ensina o Catecismo da Igreja que “a iniciação cristã realiza-se pelo conjunto de três sacramentos: o Batismo, que é o início da vida nova; a Confirmação, que é a sua consolidação e a Eucaristia, que alimenta o discípulo com o Corpo e o Sangue de Cristo em vista de sua transformação nele”(1275). Assim, ao receber o sacramento da Confirmação - objeto desta aula - pode-se dizer que a pessoa está iniciada plenamente no Cristianismo.
 
Tradicionalmente, tais sacramentos eram administrados na ordem apresentada pelo Catecismo, ou seja, primeiro o Batismo, depois a Confirmação e, por fim, a Eucaristia. No entanto, hoje existem duas possibilidades. Vejamos:
 
No Oriente, este sacramento é administrado imediatamente depois do Batismo; é seguido da participação na Eucaristia, tradição que põe em destaque a unidade dos três sacramento da iniciação cristã. Na Igreja latina administra-se este sacramento quando se atinge a idade da razão, e normalmente se reserva sua celebração ao Bispo, significando assim que este sacramento corrobora o vínculo eclesial. (1318)
A finalidade do sacramento da Confirmação é fazer com os que os fiéis sejam vinculados “mais fortemente à Igreja, enriquecidos pela força especial do Espírito Santo, e assim mais estritamente obrigados à fé que, como verdadeiras testemunhas de Cristo, devem difundir e defender tanto por palavras como por obras”(1285).
 
O Catecismo traz ainda um apanhado histórico da crisma na história da salvação, começando pelo Antigo Testamento, em que já havia o anúncio do Messias - que significa “ungido” - e também a unção que remete diretamente a este sacramento. Os cristãos são “ungidos” porque fazem parte daquele que é o “Ungido”, o Cristo.
 
O Espírito Santo presente na economia da salvação atesta, já no Antigo Testamento, a preparação para aquilo que seria o Novo Testamento: o povo messiânico espera a vinda do Messias. Também no Antigo Testamento haviam aqueles ungidos especiais (profetas, reis e sacerdotes), todavia, no Novo Testamento todo o povo se torna ungido. Pode-se dizer que, assim, conclui-se o mistério pascal de forma mais plena: Jesus é ressuscitado, sobe aos céus e envia o Espírito Santo sobre a sua Igreja, que se torna o corpo messiânico.
 
A ação do Espírito em Pentecostes fundamenta a compreensão da Crisma, pois os Apóstolos que estavam fechados no cenáculo, com medo, a partir do derramamento do Espírito Santo saem para testemunhar e até mesmo derramar o próprio sangue, como mártires. O Pentecostes, portanto, fornece a chave de leitura do sacramento da confirmação.
 
Tradicionalmente, na quinta feira Santa, pela manhã, é realizada a missa dos Santos Óleos. Nela, o Bispo se reúne com o clero local e abençoa os óleos que serão usados no Batismo, Unção dos Enfermos e Crisma. O óleo do Batismo tem o poder de exorcismo, ou seja, dá a força ao catecúmeno para combater a maldade. O dos Enfermos serve para o perdão e para retirar as consequências do pecado, fortalecendo a alma doente e consequentemente o corpo doente. O do Crisma simboliza o próprio Espirito Santo e é usado também em outras ocasiões, nos Batismos, nas ordenações sacerdotais, nas consagrações dos altares.
 
No Oriente, todos os padres quando batizam uma criança, também a crismam. Já no Ocidente, o sacramento da crisma é reservado ao Bispo, a não ser que na diocese, o Bispo autorize que os padres também o façam. Seja como for, isso pode mudar de diocese para diocese, no entanto, é permitido ao sacerdote administrar o crisma caso haja perigo de morte.
 
No rito da Confirmação existem dois sinais: a imposição das mãos e a unção com o óleo. Assim, para que liturgicamente a cerimônia seja mais completa é importante saber ungir: O Bispo deve impor a mão sobre a cabeça que será confirmada e com o polegar traçar o sinal da cruz sobre a testa. Este é o sinal completo da Confirmação.
 
Pode acontecer de o sacerdote ou o bispo não fazerem o sinal completo, mesmo assim, o sacramento é válido, vez que a matéria do sacramento é a unção, ou seja, o óleo é matéria remota e o ato de ungir como matéria próxima. A imposição faz parte do simbolismo mais completo do sacramento, pois remete ao Antigo Testamento.
 
O óleo do crisma é especial, pois, ao contrário do óleo do Batismo e dos Enfermos, ele é perfumado, vez que recebe um bálsamo especial. A unção com este óleo imprime em quem o recebe um caráter indelével, selando o recebimento do Espírito Santo.