Somente a Igreja Católica foi instituída por Jesus, e necessária para a Salvação.

27/02/2014 13:31
 A igreja Católica não foi fundada por um Bispo, um Papa, ou um outro iluminado qualquer.
  Foi o próprio Jesus que instituiu a Igreja para levar a salvação, que Ele conquistou com o seu sangue, a todos os homens de todos os tempos e lugares, até Ele voltar para entregar tudo a Deus novamente.
  Vamos entender porque Jesus fundou a Igreja neste mundo.
  O pecado, desde a origem, dispersou a humanidade, quebrou a unidade e a comunhão dos homens com Deus, já no início da humanidade, rompeu o plano de amor que o paraíso terrestre nos mostra de maneira figurada.
  Deus Pai nos criou para Si, para que fôssemos a Sua família, destinados a participar da Sua comunhão íntima e desfrutar da Sua vida bem-aventurada, isto é, da sua felicidade perfeita, absoluta. Este é o sentido bíblico de Deus ter colocado o homem em seu jardim, o Éden.
  O pecado é toda a ofensa a Deus – a mais triste realidade deste mundo – rompeu o belo Plano de amor e “dispersou” os filhos de Deus, dilacerou a Sua família. O homem se perdeu, se afastou do Criador, a fonte da sua vida e da sua felicidade, por tentação do demônio e por culpa própria. Não quis ser fiel a Deus.
  Mas por que Deus não impediu o homem de pecar?
  Deus não poderia ter impedido o homem de pecar porque o criou livre, “à sua imagem e semelhança” (Gen 1,26). Não fosse assim, o homem não seria belo como é, dotado de inteligência, vontade, consciência, etc., seria apenas um robô, uma marionete, um teleguiado.
  Deus nos quis semelhante a Ele. Diz o Papa João Paulo II que “Ele entrou dentro de Si mesmo para buscar a nossa imagem”. Não poderia nos ter feito mais belos.
  Através do seu Filho único, Jesus, e através da Igreja, o Pai quis, então, refazer a Sua obra e trazer de volta os seus filhos para a Sua comunhão, reunir de novo a Sua família com Ele.
  O Catecismo da Igreja Católica ensina que:
  “A conversão da Igreja é a reação de Deus ao caos provocado pelo pecado.” (S 761).
  Isto quer dizer que a Igreja Católica é o remédio que Deus providenciou para trazer de volta para si todos os homens. Isto é, para salvá-los.
  Para isto Jesus desceu dos céus, se fez homem encarnando-se no seio de Maria Virgem, e morreu para conquistar o perdão dos nossos pecados diante da justiça de Deus. Por que isto foi necessário, vai ser explicado um pouco adiante.
  Jesus fundou a Igreja, para continuar a sua obra de salvação,
e levá-la a cada homem, de cada povo e de cada nação, até que Ele volte para consumar esta obra.
  Mas não pense que a Igreja fundada por Jesus seja como um Clube dos seus seguidores, ou apenas uma instituição humana; não, ela está muito além de uma simples instituição homens; ela é o próprio Cristo vivo, é o seu Corpo místico. Cada um que é batizado é enxertado em Jesus, como um ramo é enxertado em um tronco e passa a fazer parte dele. Pela Igreja somos membros de Cristo, não sócios de um Clube.
  Santo Agostinho, há 1600 anos, assim explicou esta verdade:
  “Alegremo-nos, portanto, e demos graças por nos termos tornado não somente cristãos, mas o próprio Cristo. Compreendeis irmãos, a graça que Deus nos concedeu ao dar-nos Cristo como Cabeça? Admirai e rejubilai, nós nos tornamos Cristo, com efeito, uma vez que Ele é a Cabeça, e nós somos os membros, o homem inteiro é constituído por Ele e por nós. A plenitude de Cristo é, portanto, a Cabeça e os membros; que significa isto: a cabeça e os membros? Cristo e a Igreja.” (Comentário ao Evang. de João 21,8).
  Um dia Jesus disse a Pedro:
  “Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Eu te darei as chaves do Reino dos céus: tudo o que ligares na terra, será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra, será desligado nos céus” (Mt 16,18-20).
  Com essas palavras Jesus se dirigiu a Pedro para confiar-lhe o mandato de governar “a Sua” Igreja, deixando claro que a Igreja é “propriedade” Dele(“minha”).
  É preciso notar com atenção várias coisas nestas palavras de Jesus. Ele disse “a minha Igreja”; isto é, no singular e de maneira determinada. Ele não disse a Pedro, sobre ti edificarei “uma” Igreja, de maneira indeterminada, como se pudesse haver outras, mas, “a” minha igreja, no singular. Usou o artigo definido e no singular.
  Só há, então, uma Igreja Dele. A que entregou a Pedro para apascentar, junto com os Apóstolos. Logo, a Igreja de Cristo, é a Igreja de Pedro, é a Igreja Católica. Não há como tirar outra conclusão dessas palavras claras de Jesus. Seria necessário falsear o Evangelho, com falsas interpretações.
  Pedro já teve 264 sucessores (os Papas), para que a missão da Igreja continuasse até o fim da história dos homens. A Igreja foi fundada para existir até o fim do mundo. “Eis que estou convosco todos os dias até o fim do mundo” (Mt 28,20), disse Jesus.
   É por isso que o Papa e os bispos têm sucessores; a Igreja deve durar até Jesus voltar; e ninguém sabe quando será.
  Todas as outras igrejas que surgiram foram frutos da separação de uma facção que não conservou a sucessão apostólica e nem a sucessão de Pedro. Por isso, não são Igrejas.
  A Igreja Católica é necessária para a salvação.
  Jesus afirmou que ninguém pode entrar no Reino de Deus “se não renascer pela água e pelo Batismo” (cf. Jo 3,5), quer dizer, se não recebe o Batismo que incorpora a pessoa na Igreja, o Corpo de Cristo.
  Foi Ele mesmo que determinou os Apóstolos, antes de sua Ascensão ao céu:
  “Ide por todo o mundo, e pregai o Evangelho a toda criatura.
  “Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado.” (Ev. Marcos 16,15).
  Por isso, meu amigo, como disse o Concílio Vaticano II: “esta igreja peregrina é necessária à salvação” (Lumen Gentium, 14).
  Assim explicou o Concílio Vaticano II:
  “Somente Cristo presente para nós em seu Corpo, que é a Igreja, é o Mediador e a via da salvação; ora, Ele inculcando expressamente a necessidade da fé e do Batismo, confirmou também a necessidade da Igreja, na qual os homens entram mediante o Batismo como por uma porta.” (LG, 14).
  “Não podem salvar-se aqueles que, sabendo que a Igreja Católica foi fundada por Deus, mediante Jesus Cristo, como instituição necessária, apesar disto não querem nela entrar ou nela perseverar.” (LG, 14).
  E os que não conheceram a Igreja e o Evangelho? Explica a Igreja:
  “Aqueles que, sem culpa, ignoram o Evangelho de Cristo e sua Igreja, mas buscam a Deus de coração sincero e tentam, sob o influxo da graça, cumprir por obras a Sua vontade, conhecida através dos ditames da consciência, podem conseguir a salvação eterna.” (LG, 16).
 
  A Igreja não tem dúvidas em afirmar que:
  “Cremos que essa única e verdadeira religião subsiste na Igreja Católica, a quem o Senhor Jesus confiou a tarefa de difundi-la aos homens todos, quando disse aos Apóstolos: “Ide, pois, e ensinai aos povos todos, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-lhes a guardar tudo o que vos mandei”. (Ev. Mateus 28, 19s). Por sua vez, estão os homens todos obrigados a procurar a verdade, sobre tudo aquela que diz respeito a Deus e à sua Igreja e, depois de conhece-la, a abraça-la e a praticá-la.” (Declaração Dignitates Humanae, 1, Vaticano II).
  E o Concílio ainda confirmou com todas as letras:
  “Esta é a única Igreja de Cristo, que no Símbolo [Credo] confessamos una, santa, católica e apostólica; que nosso Salvador, depois de sua ressurreição, entregou a Pedro para apascentar (Jo 21,17) e confiou a ele e aos demais apóstolos para a propagar e reger (cf. Mt 28, 18-20), erguendo-a para sempre como coluna e fundamento da verdade (1Tm 3,15). Esta Igreja constituída e organizada neste mundo como uma sociedade, subsiste na Igreja Católica governada pelo sucessor de Pedro e pelos Bispos em comunhão com ele (...).” (LG, 8).
  No Decreto sobre o Ecumenismo, o Concílio Vaticano II disse:
  “Pois somente por meio da Igreja católica de Cristo, a qual é meio de salvação, pode ser atingida toda a plenitude dos meios da salvação. Cremos que o Senhor confiou todos os bens da Nova Aliança somente ao Colégio dos Apóstolos, do qual Pedro é o chefe, a fim de constituir na terra um só Corpo de Cristo, ao qual é necessário que se incorporem plenamente todos os que, de alguma forma, já pertencem ao Povo Deus.(Unitatis Redintegratio, 3).
  A Igreja Católica é, portanto, o lugar em que a humanidade deve reencontrar a sua unidade e a sua salvação.
  Já no primeiro século do cristianismo era usada a expressão “Igreja Católica”. Católica quer dizer universal, que atinge o mundo todo. A encontramos nos escritos de Santo Inácio de Antioquia, devorado pelos leões no Coliseu de Roma, no ano 107: “Onde está o Cristo Jesus está a Igreja Católica”.
 
  Santo Agostinho (350-430), dizia que
“A Igreja é o mundo reconciliado”. “A Igreja recebeu as chaves do Reino dos Céus para que se opere nela a remissão dos pecados pelo sangue de Cristo e pela ação do Espírito Santo. É nesta Igreja que a alma revive, ela que estava morta pelos pecados”.
  Alguns perguntam: por que a Igreja? Não basta a fé em Jesus Cristo?
  A resposta é que foi o próprio Jesus quem quis a Igreja como prolongamento de sua presença salvadora no meio dos homens.
  Ele nos deu a Igreja e o seu Credo, como garantia de que não estamos seguindo apenas o nosso bom senso, ou uma religiosidade amorfa, subjetiva, mas estamos seguindo o caminho de Deus.
  Quem pergunta: “Por que a Igreja?” incorre no mesmo erro de quem pergunta: “Por que Cristo?” Cristo veio do Pai e deixou a Igreja. Jesus disse muitas vezes aos Apóstolos: “Assim como o Pai me enviou eu vos envio a vós (...).” (Jo 20,21).
  Num Cristianismo sem a Igreja instituída por Cristo (Mt 16,16s) sobre Pedro e os Apóstolos, o próprio Cristo ficaria mutilado, como que degolado... pois a Igreja é o seu Corpo Místico, isto é, pelo Batismo cada cristão se une a Ele formando a nova família de Deus.
 
Como disse Teilhard de Chardin, 
“sem a Igreja o Cristo se esfacela”.
  Ele deixou a Igreja Católica, exatamente para que visionários e iluminados não saíssem por aí pregando e fazendo coisas (fundar igrejas) que Ele não autorizou.
  Coloco aqui mais alguns testemunhos dos grandes homens da Igreja nos primeiros séculos, atestando porque a Igreja Católica é única fundada por Jesus. Preste bem atenção na antiguidade das datas:
 
  São Vicente de Lerins (no ano 450) disse:
“A Igreja de Cristo, cuidadosa e cauta guardiã dos dogmas que lhe foram confiados, jamais os altera; em nada os diminui, em nada lhes adiciona; não a priva do que é necessário, nem lhe acrescenta o que é supérfluo; não perde o que é seu, nem se apropria do que pertence aos outros, mas com todo o zelo, recorrendo com fidelidade e sabedoria aos antigos dogmas, tem como único desejo aperfeiçoar e purificar aqueles que antigamente receberam uma primeira forma e esboço, consolidar e reforçar aqueles que já foram evidenciados e desenvolvidos, salvaguardar aqueles que já foram confirmados e definidos” (Commonitorium, XXIII).
 
  “Perguntando eu com toda atenção e diligência a numerosos varões, eminentes em santidade e doutrina, que norma poderia achar, segura, enquanto possível genérica e regular, para distinguir a verdade da fé católica da falsidade da heresia, eis a resposta constante de todos eles: quem quiser descobrir as fraudes dos hereges nascentes, evitar seus laços e permanecer sadio e íntegro na sadia fé, há de resguardá-la, sob o auxílio divino, duplamente: primeiro com a autoridade da Lei divina, e segundo, com a tradição da Igreja Católica.” (Commonitorium).
 
  Santo Epifânio (403), batalhador contra as heresias:
 
“A Igreja é a finalidade de todas as coisas” (Haer. 1,1,5).
“Há um caminho real, que é a Igreja Católica, e uma só senda da verdade. Toda heresia, pelo contrário, tendo deixado uma vez o caminho real, desviando-se para a direita ou para a esquerda, e abandonada a si mesma por algum tempo, cada vez mais se afunda em erros.
  Eia, pois, servos de Deus e filhos da Igreja santa de Deus, que conheceis a regra segura da fé, não deixeis que vozes estranhas vos aparte dela nem que vos confundam as pretensões das erroneamente chamadas ciências.” (Haer. 59,c.12s).
 
  São Máximo Confessor (580-662):
 “Com efeito, desde a descida até nós do Verbo encarnado, todas as Igrejas cristãs de toda parte consideram e continuam considerando a grande Igreja que está aqui em Roma como única base e fundamento, visto que, segundo as próprias promessas do Salvador, as portas do inferno nunca prevalecerão contra ela.” (Opus; PG 91,137-140).
 
  São Leão Magno (400-461), Papa e doutor da Igreja:
 “Quem se aparta da confissão da verdade, muda de caminho e o percurso inteiro se torna afastamento. Tanto mais próximo da morte estará quanto mais distante da Luz católica.”
 
  São Bernardo, doutor da Igreja, mostra todo o seu amor à Igreja nessas palavras memoráveis:
“Permaneceremos na fé e combateremos até a morte, se for necessário, pela Igreja, nossa Mãe, com as armas que nos são permitidas: não com escudos e espadas, mas com as orações e as lágrimas a Deus.” (Epist. 221,3; Migne, P.L.; CLXXXII, 36, 387).
  Esses santos foram gigantes da Igreja, nossa Mãe e Mestra. 
 
  São João Roberts, uma das vítimas de Henrique VIII, após este se tornar o Chefe da Igreja na Inglaterra, antes de morrer na forca, pôde gritar para todos ouvirem, aquela frase que os Santos Padres repetiam nos primeiros séculos:
  “Fora da Igreja não há salvação.” (Um Santo Para Cada dia, Ed. Paulinas, SP, 1983, pág 396).
 
  Henrique VIII da Inglaterra, por volta de 1530, era então católico, tinha até recebido do papa da época, Leão X, uma condecoração de grande defensor da fé católica, pois tinha impedido o protestantismo nascente de ali se propagar. Mas, infelizmente, pouco depois, desafiou o papa. Ele era casado com Catarina de Aragão, com quem não teve filhos; então, queria que o papa declarasse nulo o seu casamento para que ele pudesse se casar com Ana Bolena, que vivia no palácio.
  O papa, após o exame da situação, não aceitou declarar a nulidade, uma vez que não era o caso. Revoltado, Henrique VIII fez o Parlamento inglês declará-lo chefe da Igreja na Inglaterra, chamada hoje de Anglicana.
  Muitos católicos autênticos, que ficaram com o Papa, foram para a morte na guilhotina.
  São Tomás Morus, que era chanceler de Henrique VIII, católico convicto e homem de sua confiança, preferiu ir para a guilhotina do que trair a Igreja Católica, e ser conivente com os erros do rei.
  Todos os santos e santas amaram a Igreja com um amor imenso, dedicando a ela toda a sua vida.
 
  Santa Teresa de Ávila (1515-1582), doutora, na época de Lutero, dizia:
  “Procurai a limpeza de consciência e humildade, desprezo de todas as coisas do mundo e fé inabalável no que ensina a Santa Madre Igreja.” ( Caminho de Perfeição, Ed. Paulinas, 2. Ed.,pág 129, 1979, SP).
 
  Infelizmente essa boa Mãe é tantas vezes mal amada por muitos dos seus filhos. Muitos não a conhecem, e por isso não a amam. A desprezam, a ofendem, sem perceber que estão ofendendo e magoando o próprio Jesus que a fundou e que é a sua cabeça.

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