As barbaridades dos discípulos de fantasminhas

20/04/2015 17:31

 

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E aí meu povo,

De volta ao tema. Vez ou outra, a gente vê algum amigo católico compartilhar nas redes sociais frases “edificantes” de Kardec ou Chico Xavier. Ingenuamente, estão dando moral para os representantes centrais de uma religião que deseja a morte de todas as igrejas cristãs e a ruína da Igreja Católica, que nega a divindade de Cristo e que classifica a fé católica como “irracional”.

Duvidam? Leiam “Cristianismo e Espiritismo”, de Leon Denis, um dos caras mais célebres e influentes do espiritismo, depois de Allan Kardec.

Sabemos que a divulgação do espiritismo no Brasil cabe à FEB – Federação Espírita Brasileira. Essa instituição propõe o espiritismo como “a religião” (assim mesmo, com o artigo definido), e também diz que esta religião é cristã. Desde 1883 circula uma revista chamada “O Reformador – Órgão evolucionista” (darwinisno na veia, véi!). Na mensagem de março de de 1981, vemos publicada essa pérola (grifos meus):

“É missão, pois, do espiritismo devolver ao Cristianismo a sua pureza original, libertando-o dos dogmas e das ideias humanas nele introduzidos. (pg. 85)”.

O espiritismo tem a pretensão de ser a terceira revelação. A primeira seria a de Moisés, a segunda de Jesus Cristo e a terceira, que veio “completar” o que os outros dois não disseram, veio da Escola do Gasparzinho. Nas suas pretensões universalistas, define-se como uma religião “sem ritos, sem liturgia e sem sacramentos”.

Vamos agora comparar a mensagem dos espíritas com os elementos mais básicos do cristianismo, a começar por:

A Revelação Divina

É ponto pacífico entre todos os cristãos de verdade que os livros das Sagradas Escrituras são divinamente inspirados. Porém, na sua confusão mental, Kardec em momento algum corrobora com isto. Muito pelo contrário: um dos principais passatempos dele, bem ao gosto do clima cientificista e positivista de fins do século XIX, é a mesma velha brincadeira escrota de caçar “contradições bíblicas”.

Para os espíritas, mais de 90% da bíblia foi revogada, já não tem mais valor. Dos livros do Antigo Testamento, só se aproveita os Dez Mandamentos; do Novo, os ensinamentos morais de Jesus Cristo. Em poucas palavras: tudo aquilo que representa a formação cultural dos povos ocidentais não vale nada.

Sobre Deus

Essa então é ótima. Os espíritas são panteístas e não sabem, ou fingem não saber. Leon Denis considera Deus como “A Grande Alma Universal”, e nós somos “centelhas” dele (“Cristianismo e Espiritismo”, 5ª ed. pg. 246). Quando chega ao ponto máximo de sua evolução, cada ser humano se tornará também um deus: “Ao termo de nossa evolução, cada qual se tornará um ‘Cristo’, será um com o Pai e terá alcançado a condição divina”.

Segundo Denis, Deus não transcende, mas é uma divindade imanente. Está no mundo, e não existe fora dele. Simplificando: Deus seria a “alma” do Universo. Só me responde uma coisa: como uma “alma” cria seu próprio corpo?

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O Espírito Santo

O espiritismo diz que o Espírito Santo nada mais é do que a “incorporação” mediúnica de um Espírito mensageiro. Quando a Bíblia diz que alguém recebeu o Espírito Santo, eles interpretam que essa pessoa incorporou a alminha de um morto, um “espírito iluminado”.

Claro que o espiritismo tem muita gente bem intencionada, que vive muito a caridade. Mas prestem atenção! ELES SUBSTITUÍRAM O PARÁCLITO, O ESPÍRITO SANTO, PELO FANTASMA DA DONA AMBRÓSIA, a moça que fazia bolos ali na esquina e era muito legal com todo mundo!!!! É ela que vem do além para nos guiar – entre outros fantasminhas camaradas – e não o próprio Espírito de Deus!

Já que a mensagem, ou seja, a “revelação” do espiritismo vem em pílulas por centros espalhados em todos os lugares, nunca está concluída. Cai direitinho dentro das pretensões do relativismo. Muda aqui, muda ali. Uma gracinha!

A Santíssima Trindade

Kardecão prova aqui que realmente não tinha a menor ideia onde estava se metendo. Sua postura com relação à Santíssima Trindade é de absoluto silêncio; não tinha a menor noção, de fato, do que se tratava. Óbvio que, para um indivíduo que prega a total inexistência de mistérios, o maior deles é o primeiro a ser desconsiderado, mas isso o deixava numa imensa saia justa, já que é impossível se dizer cristão sem carregar a profunda fé no mistério da Santíssima Trindade.

Leon Denis, por outro lado, foi o precursor, de certa forma, daqueles cretinos que dizem que o cristianismo se inspirou no mitraísmo, “copiando” seus elementos. Só que Denis foi ainda mais criativo, pois foi buscar um comparativo com o “Trimúrti”, que seria a “Santíssima Trindade” na mitologia hindu (nota: pra quem não sabe, a trindade hindu é composta por Brahma – não a cerveja –, Vishnu e Shiva):

“A noção de Trindade, colhida numa lenda hindu que era expressão de um símbolo (…), oferecia, entretanto, grandes vantagens às pretensões da Igreja. Permitia fazer de Jesus Cristo um Deus.”

(Cristianismo e Espiritismo, op. cit., pg. 75)

Particularmente, essa citação é algo que tenho medo de analisar, para não acabar sendo preso por exercício ilegal da medicina.

A Doutrina sobre Jesus

Jesus, verdadeiro Deus, verdadeiro homem. Certo? Para os espíritas, que se dizem cristãos, errado. A FEB divulga a obra mais polêmica que há, ainda hoje, sobre o espiritismo: Espiritismo Cristão ou Revelação da Revelação (três calhamaços chatíssimos de serem lidos). Nela, defende-se a tese de que Jesus não era de carne e osso, mas feito de fluído espírita (tá, não me peçam maiores explicações, eu li essa coisa e não entendi absolutamente nada, mas a tese central do fulano é essa mesma).

Seu autor foi um “adevogado” chamado Jean Batiste Roustaing. Esse livro causa ainda o maior pega pra capar no meio espírita, verdadeiros “rachas”, pois espírita, como todo bom robô influenciado pelo positivismo de Comte, adora uma matemática e rigidez mental. Para muitos, Roustaing é o maior inimigo interno da doutrina. Mas muita gente crê nele.

Já Denis considerava Jesus um grande médium, espírito superior, mas não Deus. Por fim, Guillon Ribeiro, um engenheiro civil e jornalista, escreveu um livro: “Jesus: nem Deus, nem Homem”. Nem precisa ler o livro, o título é auto-explicativo.

A Redenção

É aqui que o espiritismo realmente se supera. Eles simplesmente consideram o sacrifício do Cordeiro Pascal a maior perda de tempo da história. Não é lindo? No espiritismo, pra você que não percebeu (eu mesmo não percebia quando era um deles), a salvação é self-service! Cada um “evolui” com seus próprios méritos e força de vontade. A salvação é nossa, arrá, urrú!

Isso fica muito evidente em Leon Denis, na cara de pau mesmo! Ele diz que o sangue de Cristo é inútil para salvar a humanidade (op. cit., pg. 88).

Com tudo isso, só resta perguntar ao seu amigo “sprita”: tem certeza que tu é cristão?

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A Igreja Católica

O tópico anterior nos remete a esse da seguinte forma: se o sacrifício de Jesus foi inútil, já que a salvação é self-service, pra quê, cáspide, uma Igreja pra preservar Seu legado e indicar o caminho da redenção pelo Sangue do Deus Vivo?

Isso é muito, muito sério! Pra quê eu quero o perdão de Deus, sendo espírita, já que eu mesmo me salvo, evoluindo pela passarela da reencarnação, tal qual um Clovis Bornay darwinista?

“Quem vos ouve, a mim ouve; e quem vos rejeita, a mim rejeita; e quem me rejeita, rejeita aquele que me enviou.” (- Lucas 10, 16)

Lucas 10, 16 já era, demodê, não é descolado. O espiritismo, assim, tem como uma das suas metas a total erradicação da Igreja, que será substituída pelo espiritismo… ou pelo McDonald’s.

Os espíritas, tão bonzinhos e polidos, vivem a dizer que jamais atacam a fé de ninguém. Certo. Agora alguém avisa isso pro espírito de porco que baixou no Leon Denis quando ele escreveu as linhas abaixo:

“Ora, há muito tempo o espírito de Jesus parece ter abandonado a Igreja. Não é mais a chama do Pentecostes que irradia nela e em torno dela; essa generosa labareda se extinguiu e nenhum Cristo há que a reacenda.”

“Em tais condições a Igreja Católica já não é moralmente uma instituição viva, não é mais um corpo em que circule a vida, senão um túmulo em que jaz, como amortalhado, o pensamento humano.”

- Leon Denis, “Cristianismo e Espiritismo”

O que é isso, minha gente? São elogios? É assim que os espíritas respeitam a nossa religião? Bom saber.

Faça agora um exercício bem simples. Pegue tudo que eu disse sobre a doutrina espírita e vá comparado com as passagens do Credo. Bem diferente de outras manifestações do cristianismo, não é uma ou outra passagem do credo que é negada pelos espíritas, mas TODAS elas. Não tem como conciliar.

Não tenho medo, pois, de afirmar que de forma alguma o espiritismo pode, sob qualquer ótica, ser considerado cristão.

Não próxima: Kardec racista – uma análise de um artigo publicado pelo fundador do espiritismo.

Fiquem com Deus e com Nossa Senhora.

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Aviso aos navegantes: este é um blog voltado para pessoas católicas ou sinceramente interessadas em compreender o catolicismo. Os espíritas que insistem em vir aqui com o mimimi de “que feio criticar a religião dos outros”, por favor: queimem primeiro todas as obras infames do Leon Denis, pra só então ganharem alguma moral pra vir nos censurar.

E por falar em mimimi, agradecemos ao Matheus Cajaíba pelo envio do magnífico vídeo abaixo:

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