A final, Jesus é Deus mesmo?

27/02/2014 12:34
São esses Evangelhos, meu amigo, autenticado pela mais severa crítica racionalista, que mostram a divindade de Jesus Cristo. Encontramos neles mais de quarenta grandes milagres que Jesus fez, para deixar claro a sua divindade. São as suas ”credenciais divinas”.
   São João, autor do quarto Evangelho, nos diz que nem tudo foi escrito, mas apenas o necessário para sabermos que Jesus é o Filho de Deus e salvador:
   “Fez Jesus, na presença dos seus discípulos, muitos outros milagres, que não estão escritos neste livro. Mas estes foram escritos, para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus e para que, crendo, tenhais a vida em seu nome.” (João 20,30-31).
    Os milagres de Jesus provam a sua divindade.
    Ele provou que é Deus; isto é, Senhor de tudo, onipotente, onisciente, onipresente. Mostrou seu poder sobre a matéria, sobre a natureza, sobre a morte, sobre a doença, sobre os demônios, etc. Eis alguns dos seus fantásticos milagres:
    - andando sobre as águas do mar da Galileia, Ele foi ao encontro dos Apóstolos que remavam com dificuldade contra o vento (Mateus 14,26);
    - nas Bodas de Caná, transformou 600 litros de água em vinho (João2);
    - por duas vezes ao menos multiplicou os pães e saciou a fome da multidão que o seguia no deserto (Mateus 15,36);
    - curou dez leprosos que vieram ao seu encontro (Mt 8,3);
    - curou os cegos de nascença em Jericó;
    - curou o paralítico na piscina de Betesda (Jo 5,1-18);
   - acalmou a tempestade, sobre o mar da Galileia, que ameaçava fazer virar o barco onde estava com os Apóstolos (Mt 8,26);
   - expulsou os demônios de muitos (Mt 8,32);
   - curou muitos paralíticos (Mt 8,6);
   - ressuscitou a filha de Jairo, chefe da sinagoga de Cafarnaum (Mt 9,25);
   - ressuscitou o Jovem de Naim, filho único de uma viúva;
   - ressuscitou a Lázaro, irmão de Marta e de Maria, de Betânia (Jo 11,43-44);
   - transfigurou-se no Monte Tabor (Mt 17,2);
   - ressuscitou triunfante dos mortos e apareceu aos discípulos e para muitas pessoas (Mt 28,6; 1Cor 15,1s).
   Os inimigos da fé católica comprovaram a autenticidade dos Evangelhos; são eles que provam a divindade de Jesus Cristo.
   Enfim, Jesus provou que era Deus! Apresentou as credenciais divinas! Ninguém jamais fez isso.
   Só alguém que é Deus pode fazer essas obras!
   É por isso que São Paulo disse que:
   “Nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade.” (Col 2,9).
   “Ele é a imagem do Deus invisível.” (Col 1,15).
   São Pedro diz, como testemunha:
   “Vimos a sua majestade com nossos próprios olhos.” (2Pe 1,16).
   Que nos resta concluir?
   Um dia Jesus curou um ceguinho de nascença que esmolava à Porta do Templo. Depois lhe pergunta: “Crês no Filho de Deus?” Ao que o ceguinho lhe responde: “Senhor, e quem é esse para que eu creia nele?” E Jesus lhe respondeu: “É o que o que está falando contigo.”
“Creio, Senhor, confessou o ceguinho curado, caindo de joelhos em adoração.” (Jo 9,35).
   É o que nos resta fazer. Jesus é Deus.
 
            JESUS CRISTO E A CRÍTICA RACIONALISTA:
 
  É muito interessante ouvirmos o que os críticos racionalistas, já citados, disseram sobre Jesus. Foram homens cultos e preparados, expoentes, chefes de escolas, líderes, nãos cristãos, que negaram ser Jesus o Filho de Deus. Isto nos ajuda ainda mais a concluir sobre a sua divindade. Essas citações podem ser encontradas no livro do Pe. José de Laburu, sj, (Jesus Cristo é Deus?, Ed. Loyola).
 
1. Ernest Renan (1823-1892): Mesmo sendo racionalista e materialista, Renan é obrigado a reconhecer em Jesus uma clareza de inteligência e uma penetração de espírito profundas. São palavras suas:
“Com seu perfeito idealismo, Jesus é a mais regra de vida, a mais destacada e a mais virtuosa. Ele criou o mundo das almas puras, onde se encontram o que em vão se pedem à terra, a perfeita nobreza dos filhos de Deus, a santidade consumada, a total abstração das mazelas do mundo, a liberdade enfim. 
 
(E. Renan, Vie de Jesus, 14 c, XV, XVII, XXVIII.).
  "Jesus (...) criou o ensinamento prático mais belo que a humanidade recebeu.” (idem pág. 125).
  "Ele concebeu a verdadeira cidade de Deus, a verdadeira palingenésia, o sermão da montanha, a apoteose do fraco, o amor do povo, o gosto do pobre, a reabilitação de tudo quanto é humilde, verdadeiro e simples. Esta reabilitação ele a fez como artista incomparável, com caracteres que durarão eternamente. Cada um de nós lhe é devedor do que tiver em si de melhor."
  "Jesus Cristo nunca será superado." (idem pág. 325).
  "Jesus está no mais alto cimo da grandeza humana (...) superior em tudo aos seus discípulos... princípio inesgotável de conhecimento de moral, a mais alta... Nele se condensa tudo quanto existe de bom e elevado em nossa natureza." (ibid. pág. 465, 468, 474).
  "A Igreja, esta grande fundação, foi certamente a obra pessoal de Jesus. Para ter-se feito adorar até este ponto, é necessário que Ele tenha sido digno de adoração". "O amor não existe sem um objeto digno de acendê-lo e nós nada saberíamos de Jesus se não fosse pelo entusiasmo que Ele soube inspirar a seu redor, pelo qual, podemos, agora, afirmar ter sido grande e puro. A fé, o entusiasmo, a constância da primeira geração cristã, não se explicam senão supondo, na origem de todo o movimento, um homem de proporções colossais" (Vie de Jesus, pág. 463).
  "Repousa agora em sua glória, nobre iniciador. Tua obra está terminada, tua divindade fundada... Ao preço de horas de sofrimento, que não chegaram a tocar tua grande alma, adquiriste a mais completa imortalidade. Signo de nossas contradições, serás a bandeira em torno da qual se travará a mais cruenta batalha. Mil vezes mais vivo, mil vezes mais amado após tua morte do que durante os dias de tua vida terrestre, hás de chegar a ser a pedra angular da humanidade, de tal maneira que, arrancar o teu nome deste mundo, seria sacudi-lo em seus fundamentos. Entre ti e Deus não há distinção possível. Plenamente vencedor da morte, tomas posse do reino ao qual te hão de seguir, pela via real que traçaste, séculos de adoradores." (idem pág. 440).
 
   2. Loisy, o apóstata moderno:
    “Sente-se por tudo em seus discursos, em seus atos, em suas dores, não sei que de divino, que eleva Jesus Cristo, não somente por sobre a humanidade ordinária, mas também por sobre o mais seleto da Humanidade." (Le Quatrième Evangile, 1903, pág. 72).
  "O Cristianismo representa incontestavelmente o maior e mais feliz esforço até agora realizado para levar moralmente a Humanidade." (La Morale Humaine, págs. 185-186).
  3. Harnack, chefe do racionalismo alemão:
  "A grandeza e a força da pregação de Jesus estão em que ela é, ao mesmo tempo, tão simples e tão rica, tão simples que até encerrada em cada um dos pensamentos fundamentais por ela expressados, tão rico que cada um dos seus pensamentos parece inesgotável, dando-nos a impressão de que jamais chegamos ao fundo das suas sentenças e parábolas."
  "Jesus pôs à luz pela primeira vez, o valor de cada alma humana e ninguém pode desfazer o que Ele fez. Qualquer que seja a atitude que, diante de Jesus Cristo, se adote, não se pode deixar de reconhecer que a História, foi Ele quem elevou a Humanidade a esta altura."
  "Quem se esforçar por conhecer Aquele que trouxe o Evangelho, testemunhará que aqui o divino apareceu com a pureza com que é possível aparecer na terra." (A. Harnack, Das Wesen des christentums, 1901, pág. 33 e 34).
  "Que prova de intensa paz e de certeza!” (idem pág. 92).
  "De um só sabemos haver unido a humildade mais profunda e a pureza de vontade mais completa, com a pretensão de ser mais que todos os profetas que existiram antes dele." (ibid. pág. 93).
  4. Wernle
  "O desconcertante em Jesus é que Ele tinha consciência de ser mais que um homem, conservando, contudo, a mais profunda humildade diante de Deus."
  "É totalmente impossível representar-se uma vida espiritual como a de Jesus.” (P. Wernle, Die Angange Unserer Religion, 1901, pág. 25).
  5. George Tyrrell
  "Eles queriam ter a Jesus por divino, em certo sentido (...).
Ele seria Deus a maneira de um sacerdote, de um representante, a manifestação carnal do que Deus significa para nós (...). "Jesus seria o mais semelhante a Deus entre os homens." (Jesus or Christ? Londres 1909, pág. 15).
  6. J. Middleton Murry
  "Jesus é o mais divino dos homens." (Jesus Man of Genius, Londres e Nova Yorque, 1926).
  7. Augusto Sabatier, pai do modernismo francês:
  "Jesus Cristo é a alma mais pura que jamais existiu; sincera, pura, que conseguiu eleva-se a uma altura a que o homem nunca poderá atingir." (Esquise d’ une Philosofhie de la Religion d’ aprés la psychologie et l’ espirit, Paris, 1903).
  8. Channing, que negou radicalmente a divindade de Jesus:
  Creio que Jesus Cristo é mais que um homem. Os que não lhe atribuem a preexistência (isto é, os que como ele negavam-lhe a divindade) não o consideram, por isso, de maneira alguma, simples homem, mas estabelecem entre ele e nós profunda diferença. "Aceitam, de bom grado, que Jesus Cristo, por sua grandeza e por sua bondade, supera toda e qualquer perfeição humana." (Discurssur le caractere de Christ).
  9. Wilhelm Bousset:
  "Jesus permanece, é certo, em relação a nós, a uma distância insuperável... Não ousamos medir-nos com Ele, nem nos colocarmos ao lado desse herói." (Jésus, trad. Franc. da 3ª. ed. Alemã Tubigen, 1907, pág. 72).
  10. Johann Wolfgang von Goethe:
  "Curvo-me diante de Jesus Cristo como diante da revelação divina do princípio supremo da moralidade."
  11. Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), expoente máximo do iluminismo francês:
  "Se a vida e a morte de um Sócrates são a de um sábio, a vida e morte de Jesus Cristo são a de um Deus."
  12. David Friedrich Strauss, inimigo feroz do catolicismo:
  "Cristo não podia ter sucessor que se lhe avantajasse... Jamais, em tempo algum, será possível acender mais alto que Ele, nem imaginar-se nada que sequer o iguale."
  Por essas citações dos expoentes maiores do racionalismo, vemos que perante a sua crítica Jesus Cristo é o máximo em sabedoria moral, em retidão, em justiça, em verdade; mas Deus, não.
  Ele é o detentor da doutrina mais bela, mais rica e mais simples, que a humanidade já viu; mas não é Deus, para os racionalistas. Ele é perante a ciência racionalista o cume da humanidade, que jamais terá quem o supere; o homem sem desequilíbrio algum, onde reina a máxima harmonia intelectual, moral, psicológica e efetiva; mas não é Deus. Ele é para a crítica racionalista, a alma mais pura e mais bela, mais serena e mais delicada, plena de amor e de verdade. Ele é aquele que detém em si tudo que é nobre, puro e mais elevado; mas não é Deus. Enfim,ele é “a pedra angular da humanidade, sem a qual os alicerces do mundo seriam abalados", mas a crítica racionalista não o aceita como Deus.
  Lamentavelmente o influxo da afetividade cega não permitiu que os racionalistas, seguindo a sua lógica científica, aceitassem também como Deus, para não se comprometerem com as suas exigências morais. Como disse Strauss: "Não querem admitir os Evangelhos, não porque haja razões para isso, mas para não admitir as consequências morais dos mesmos".
  Santo Agostinho já dizia que aqueles que negam a existência de Deus, sempre o fazem por conveniência.
  Ainda que os racionalistas tivessem muitas outras provas da divindade de Jesus, ainda assim não o aceitariam como Deus. Jesus lamentou profundamente o comportamento desse tipo. Disse aos Judeus:
  "Se eu não tivesse vindo e não lhes houvesse falado, não teriam culpa, mas agora não tem desculpa do seu pecado (...). Se eu não houvesse feito entre eles tais obras, como nenhum outro as fez, não teriam culpa, mas agora viram-nas e, contudo, aborreceram a mim, e não só a mim, mas também a meu Pai." (Jo 15,22-24).
  Este é o pecado contra o Espírito Santo.
  No entanto, o que os racionalistas atribuíram a Jesus, como homem, exatamente isto, mostra que Ele é Deus.
  Por quê?
  Jesus afirmou que era Deus, afirmou que Ele e o Pai eram um, que Ele tinha todo o poder no céu e na terra; que quem não o seguisse não entraria no reino dos céus; que Ele voltaria para julgar o mundo no dia do Juízo. Veja algumas das declarações expressas de Jesus:
  Jo 8,58-"Em verdade, antes que Abraão existisse Eu Sou."
  A expressão "Eu Sou”, quer dizer em hebraico Yahweh, foi como Deus se apresentou a Moisés. (Ex 3,15)
Jo 8,58-"Abraão, vosso Pai, exultou com o pensamento de ver o meu dia."
  Jo 10,36-38-"(...) como acusais de blasfemo aquele que o Pai santificou e enviou ao mundo, porque eu disse: Eu Sou o Filho de Deus? Se eu não faço as obras de meu Pai, não me creias. Mas se as faço, e se não quiserdes crer em mim, crede nas minhas obras, para que saibais e reconheçais que o Pai está em mim e eu no Pai."
  Jo 10,33 – "Os Judeus responderam: Não é por causa de alguma boa obra que queremos apedrejar-te, mas por uma blasfêmia, porque, sendo homem, te fazes Deus."
  Jo 5, 18 – "Por esta razão os Judeus, com maior ardor, procuram tirar-lhe a vida, porque não somente violava o repouso do sábado, mas afirmava ainda que Deus era seu Pai e se fazia igual a Deus."
  Mc 14,61 – "O sumo sacerdote tornou a perguntar-lhe: És tu o Cristo, o Filho do Deus bendito?" Jesus respondeu: eu o sou!"
  Jo 8,12 – "Eu sou a luz do mundo; aquele que me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida."
  Jo 4, 25ss – "Respondeu a mulher: sei que deve vir o Messias (que se chama Cristo)... Disse-lhe Jesus: Sou eu, quem fala contigo."
  Mt 16,13-20 – "Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo!(...) – Feliz és tu Simão (...)"
  Mt 9,2-7 – "Os teus pecados estão perdoados (...)"
  Para os Judeus, só Deus pode perdoar pecados.
  Mc 2,27s – “O sábado é o dia do Senhor. E Jesus é o Senhor do dia do Senhor.”
  Além de se declarar Deus, e morrer por causa disto, Jesus fez exigências enormes, que só Deus pode fazer:
  Lc 9,23 – “Se alguém quer vir após mim, renegue-se a si mesmo, tome cada dia sua cruz, e siga-me (...)”
  Mt 16,25 – “Quem perde a vida por minha causa, gangá-la-á.”
  Mt 5,12 – “Felizes os que sofrem perseguição por minha causa.”
  Lc 14,25 – “Se alguém vem a mim e não ama menos a seu pai, sua mãe, sua mulher, seus filhos, seus irmãos, suas irmãs, sim, até a sua própria vida, não pode ser meu discípulo.”
  Eis agora, meu amigo, a grande conclusão: Se tudo isto que Jesus disse, fez e acreditou, fosse mentira, então ele seria um paranoico, um visionário, um farsante, um delirante como tantos que já houve no mundo.
  Se Jesus não acreditou no que  dizia, ameaçando até de perda eterna quem não cresse nele, então ele seria o mais refinado vigarista, embusteiro e impostor, digno de cadeia, pois o que ele dizia dele mesmo, o que ensinava e exigia, era sério demais para a vida das pessoas.
  Das duas uma, então, meu amigo, ou Jesus era Deus mesmo, como afirmou categoricamente, ou era um impostor, um louco varrido, como o povo diz. Não há meio termo.
  Mas veja, de acordo com a própria crítica racionalista mais exigente, Jesus foi a “obra prima da humanidade”, longe de ser um impostor, um delirante, um maluco, um fanático ou um farsante. Logo, Jesus não se enganou e nem enganou ninguém; era de fato Deus encarnado, perante a lógica da própria ciência racionalista.
  É a conclusão!...
 

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